sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Projeto de Educação Ambiental no Ensino Fundamental: práticas inclusivas de ensino na disciplina de Geografia

Segue abaixo parte do trabalho apresentado por mim no Congresso Brasileiro de Educação Especial (2016), na UFSCar. Nele há um pouco das experiências que deram certo no ensino da Geografia para uma sala inclusiva. 

Resumo
Trabalhar conteúdos que permeiam a Educação Ambiental, na disciplina de Geografia, em um contexto inclusivo do ensino regular, assim como retratar as dificuldades existentes para sua realização, tendo em vista, sobretudo, a importância da análise geográfica dentro de suas temáticas, foi o foco desta experiência. Logo, os objetivos estariam em demonstrar através do projeto desenvolvido em uma escola estadual paulista, como as temáticas de Educação Ambiental podem ser trabalhadas em um contexto inclusivo, na disciplina de Geografia no Ensino Fundamental, trazendo uma análise do projeto realizado, de modo a evidenciar as situações adversas quanto à realização das atividades, além de apresentar uma discussão dos resultados obtidos por meio da aplicação de algumas práticas de ensino. Este estudo traz, então, como referencial a discussão sobre adaptações curriculares na perspectiva da inclusão escolar, além de abordar sobre práticas como aula expositiva e estudo dirigido. Destina-se aos profissionais da Educação pelo fato de tratar das diferentes formas de se ensinar, tomando como exemplo os conteúdos da Educação Ambiental na perspectiva de um contexto inclusiva.

Palavras-chave: Educação ambiental; ensino de geografia; práticas inclusivas

"O fato é que ainda, o professor de Geografia em sua prática diária, assim como os outros especialistas do nível de Ensino da Educação Básica em questão, encontra dificuldades em relação à quais adequações realizar em suas sequências didáticas quando se trata de alunos com deficiência nas classes comuns.
Por meio dos resultados da aplicação de todas estas práticas de ensino neste projeto para alunos do oitavo ano da rede pública, foi possível confirmar as hipóteses levantadas, estas que estariam vinculadas as diferentes formas de se trabalhar a Educação Ambiental no Ensino Fundamental em um contexto inclusivo. Uma vez que, através dos elementos geradores, como música, dinâmica e aula expositiva na primeira etapa, puderam-se atingir os objetivos da compreensão pelo aluno, primeiramente, sobre o que seria o meio ambiente, fato demonstrado nos desenhos realizados pelos alunos ao final da primeira etapa do projeto:


 Aluna com deficiência.
#PraCegoVer: Desenho colorido, com o Sol e nuvem acima, várias árvores e abaixo, muitas casas, ruas e prédios. Há no centro do desenho uma pessoa e abaixo dela um portão, onde está escrito: "Lixão".

      Aluna sem deficiência.
#PraCegoVer: Desenho colorido, com o Sol e nuvem acima, está dividido ao meio por uma linha escura, ao lado esquerdo, acima está escrito: Antes. Há árvores, uma cerca, uma casa, um rio e uma homem pescando peixes que são vistos dentro da água. Ao lado direito, acima está escrito: "Depois", onde há dois prédios, em um deles há chaminés por onde sai fumaça. A frente do prédio está uma pista de veículos. 

Estes desenhos são exemplos de que houve o entendimento da aluna com deficiência sobre o que é o meio ambiente e de que o homem faz parte do mesmo, além de constituir-se em um ser agente de modificação do espaço e da paisagem.
Ao pensar nas particularidades do aluno com deficiência, as atividades se iniciaram de forma simples, acabando por aumentar o nível de exigência ao final, como a pesquisa em campo, preenchimento de questionário e apresentação em grupo do trabalho realizado." 

Segue link do trabalho completo:

terça-feira, 22 de novembro de 2016

"Acessibilidade e Inclusão"

#PraCegoVer: Charge em preto e branco, representando uma sala de aula, onde há pessoas sentadas, entre elas, há uma pessoa com um x no ouvido e outra com óculos escuros. O professor de jaleco, a frente da sala, de costas para turma e voltado para o quadro negro, tem uma nuvem de diálogo acima da sua cabeça, na qual consta o texto: “A prova é amanhã! Veja bem...ouça...olhe.” Acima das cabeças dos estudantes aparecem vários pontos de interrogação e exclamação.

Os dados do Censo Escolar de 2014 indicam que das quase novecentas mil pessoas com deficiência matriculadas na Educação Básica, 79% estavam em turmas comuns. Enquanto no ano de 1998, das duzentas mil pessoas matriculadas com deficiência, 13% estavam em classes comuns (BRASIL, 2015).
A promulgação de leis como ­­­­­­ a Constituição Brasileira de 1988 (BRASIL, 1988), da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (BRASIL, 1996), a Lei de Inclusão (BRASIL, 2015), assegurando o direito à matrícula do público alvo da educação especial na classe comum do ensino regular, sem dúvida favoreceram para que se ampliasse o acesso desta população na escola comum. Todavia, temos um desafio pela frente de garantir para além do acesso, qualidade na educação.
Para Capellini e Rodrigues (2009, p. 335), inclusão:
É uma proposta de resistência contra a exclusão social que, historicamente, vem afetando grupos minoritários e que é caracterizada por movimentos sociais que visam à conquista do exercício do direito de acesso a recursos e serviços da sociedade.
Sobretudo, tratando-se do direito de acessibilidade, sabe-se que este deve ir além do acesso arquitetônico, mas é preciso ser comunicacional, instrumental, atitudinal e metodológico.
  Como defendem Rocha e Miranda (2009, p.28):
(...) a consecução do processo de inclusão de todos os alunos na escola básica ou na universidade não se efetua apenas por decretos ou mesmo leis, pois requer uma mudança profunda na forma de encarar a questão e de propor intervenções e medidas práticas com a finalidade de transpor as barreiras que impedem ou restringem o acesso e permanência de pessoas com deficiência.
Uma dessas barreiras estaria vinculada ao fato de como, “nos dias atuais, a inclusão vem sendo amplamente discutida e ressignificada” (FARIAS; SANTOS; SILVA, 2009, p.42). Dentro desta perspectiva, entende-se que, muito mais do que adequar o currículo, a escola deve possibilitar ao indivíduo desenvolver autonomia.
   Portanto, por meio de recursos, simples ou complexos, torna-se possível trabalhar com toda a diversidade existente em sala de aula. E ao tratar desta perspectiva, destaca-se o conceito de Desenho Universal para Aprendizagem.
Segundo a professora Izabel Pizarro Madureira (2016), os princípios do DUA envolvem proporcionar múltiplos meios de envolvimento, representação, ação e expressão, dando assim oportunidade para todos de participar e se envolver no processo de ensino-aprendizagem. Pois, acredita-se, que todos podem e têm potencial para aprender.
Logo concluo que, ao refletir sobre acessibilidade e inclusão, especificamente, em sala de aula, as adequações curriculares se tornam indissociáveis da discussão e tornam-se cada vez mais relevantes para aquilo que se propôs a fazer, isto é, incluir.

Referências:
BRASIL. LEI Nº 13.146, de 6 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm >. Acesso em: 10 de junho de 2016.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituiçao.htm>. Acesso em: 20 nov.2015.
CAPELLINI, V. L. F.; RODRIGUES, O. M. P. R. Concepções de professores acerca dos fatores que dificultam o processo da educação inclusiva. In: Revista Educação, Porto Alegre, v. 32, n. 3, p. 355-364, set./dez. 2009.
FARIAS; SANTOS; SILVA. Reflexões sobre a inclusão linguística no contexto escolar. In: Educação inclusiva, deficiência e contexto social: questões contemporâneas/ DÍAS, F.; BORDAS, M; GALVÃO, N; MIRANDA, T. (orgs.); Salvador: EDUFBA, 2009, p.39-48.
MADUREIRA, I. P. Desenho Universal para Aprendizagem e Educação Inclusiva. Palestra proferida no dia 03 de Novembro de 2016 no Congresso Nacional de Educação Especial (CBEE), na UFscar, São Carlos-SP.

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

“A pessoa com deficiência na minha história de vida”
Apesar de ter tido uma formação docente. Só consegui realmente enxergar meu papel real dentro de sala de aula, depois de alguns anos de experiência, no dia após dia como professora. 
Deparei-me de fato com um aluno com deficiência apenas no ano de 2013, ele tinha deficiência intelectual e no mais me sentia sem alternativas para transformar sua realidade. Por muitas vezes, sentia-me frustada por passar dias e dias e não poder ajudá-lo positivamente em sua jornada. Sentia-me incapacitada e ainda acreditava que nada podia fazer por ele. No entanto, percebi que se ficasse parada e não buscasse mais conhecimento sobre o assunto, não seria realmente feliz em minha trajetória.
Por isso, no ano de 2015, após dois anos de estudo contínuo na área da Educação Especial, consegui entrar em um programa de Pós Graduação na área de Educação Especial. E hoje, posso dizer que sou uma pesquisadora da Educação Especial, e posso dizer que anseio colocar em prática um pouco do que muitos argumentam sobre o que é Educação Inclusiva. Apesar de saber que muitos são os desafios e percalços a serem vencidos nesta jornada!